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Cirurgia bariátrica robótica

 

A tecnologia na área de saúde vem cada vez mais ajudando os profissionais a fornecerem resultados mais seguros e satisfatórios aos pacientes. Entretanto, em comparação a outras áreas, ainda tem muito a ser desenvolvido. Nos últimos anos, na área da cirurgia a novidade foi o lançamento da plataforma robótica para agregar ao arsenal da cirurgia minimamente invasiva, que já vem demonstrando seus benefícios há muito tempo. Estas novas tecnologias, assim como em outros segmentos, têm custos maiores. Então fica a questão: vale a pena fazer cirurgia bariátrica robótica?

Nos anos 90 as primeiras cirurgias videolaparoscópicas foram realizadas no Brasil. Inicialmente as menos complexas, mas com as melhorias tecnológicas (grampeadores, fibras ópticas, câmeras de alta resolução, pinças de energia bipolar…) e o aprimoramento dos cirurgiões, procedimentos mais complexos começaram a ser também desenvolvidos por videolaparoscopia. Foi o caso das gastroplastias que começaram a serem feitas totalmente por laparoscopia ao redor dos anos 2000. Isto trouxe grandes benefícios aos pacientes, diminuindo drasticamente os índices de complicações cirúrgicas (fístulas, sangramentos, hérnias incisionais, seromas e infecções…) e clínicas (pneumonias, atelectasias, tromboses…). Hoje, 20 anos após, as gastroplastias videolaparoscópicas estão muitíssimo bem padronizadas, atingindo índices mínimos de complicações e resultados excelentes.

Apesar deste nível de excelência, algumas situações específicas ainda são consideradas mais desafiadoras. É o caso dos super obesos, das cirurgias revisionais e das reoperações que trazem dificuldades extras. Por exemplo, a parede abdominal muito espessa nos grandes obesos (>10cm) pode causar limitação da movimentação e dificultar a precisão no manuseio das pinças laparoscópicas. Ainda assim, com cirurgiões experientes, a gastroplastia nestes casos tem excelente resultados.

Mas será que a cirurgia robótica pode nos ajudar ainda mais?

A cirurgia robótica agrega funcionalidades técnicas à videolaparoscopia. Oferece ao cirurgião a imagem 3 dimensões (3D), que facilita e aumenta o nível de precisão da dissecção dos tecidos, principalmente quando o campo operatório é reduzido como no super obeso, e nas reoperações onde as estruturas anatômicas estão alteradas e acompanhadas de aderências. Na robótica os braços do aparelho são mais estáveis, e evitam tremores nos movimentos. Podem também contribuir para aumentar o espaço cirúrgico elevando a parede abdominal. Esses braços são também fortes e, por isso, não são limitados pela resistência da espessura da parede abdominal, permitindo movimentação das pinças com mais suavidade e melhor precisão. Por fim, as pinças possuem articulações internas que facilitam acesso às estruturas e permitem mais angulações. Isso resulta em melhor dissecção e suturas mais precisas.

Diante disso podem surgir duas dúvidas para os pacientes: é seguro o robô fazer a cirurgia? E o custo?

É importante deixar claro que não é o robô que faz a cirurgia. É o cirurgião. Ele controla o robô num console ao lado da mesa cirúrgica. E esse cirurgião passou obrigatoriamente por treinamento e certificação para uso do método robótico. Além disso, já existem diversos estudos mostrando que, em comparação com a videolaparoscopia tradicional, o uso da plataforma robótica não trouxe aumento de complicações e que os resultados são equivalentes.

Toda nova tecnologia tem um custo, mas no caso da cirurgia robótica esse custo nem sempre é tão elevado e pode ser acessível a muitos.

Mas enfim, vale a pena optar pelo uso do robô?

Pense da seguinte forma: você irá viajar e contrata um ótimo motorista. Ele tem duas excelentes opções de carros: um com sistema ABS, direção hidráulica e bons faróis; outro com mais sofisticação, direção com controle eletrônico, tração 4×4, sistema inteligente de frenagem, faróis de LED e suspensões mais precisas. O segundo, claro, custará mais caro. Qual você escolheria? Se sua viagem for num dia de sol, numa ótima estrada duplicada e bem-sinalizada a resposta seria tanto faz, já que a tecnologia extra do mais caro pode não valer a pena nesta viagem. Mas se puder pagar por ela, por que não tê-la? Ainda mais se a viagem for numa noite chuvosa, numa estrada de serra cheia de curvas e mal sinalizada. A tecnologia extra do mais caro poderá ser bem-vinda neste caso mais difícil.

Converse com seu cirurgião sobre essa opção.

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Razão social: GRUPO DE APOIO CIR. DE GASTROENTEROLOGIA E CIR. EM GERAL LTDA | Responsável técnico: PROF. DR. ARTHUR BELARMINO GARRIDO JÚNIOR - CRM 12686

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